Empresários do comércio varejista de Salvador aguardam o fechamento oficial das vendas do setor em junho para sentar com os governos estadual e municipal em busca de soluções para a Copa de 2014. Isso porque, enquanto a Fifa contabiliza recorde de público na Copa de Confederações deste ano, o que significa um bom lucro para a entidade, o comércio amarga apenas prejuízos. A tão propagada expectativa de bons negócios com a competição ficou nos sonhos, ou melhor, restrito a um pequeno grupo, e o receio de um quadro mais grave na Copa do Mundo de 2014 é real. “Esperávamos mais vendas, investimos em capacitação de nossos vendedores e nada aconteceu. Não tivemos retorno, só prejuízo”, frisa o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Bahia (FCDL), Antoine Tawil. A queixa recai principalmente sobre a decisão do prefeito de Salvador, ACM Neto, em decretar feriado nos dias de jogos na capital baiana, e a determinação da Fifa em isolar a Fonte Nova num raio de 3 quilômetros. “Entendemos que a Fifa tenha suas exigências, nada contra, mas temos que promover a mobilidade sem prejudicar outros setores”, assinala o dirigente. Segundo Tawil, durante os jogos da Copa das Confederações a queda nas vendas foi de 50% com relação a um dia normal de comércio. Por conta disso, segmentos como vestuário, sapato, eletrodoméstico e até alimentos amargaram prejuízo de até 20% em junho último no comparativo com o mesmo mês de 2012 (e observe-se que junho é o terceiro melhor período de vendas para o comércio baiano, por conta do São João e o Dia dos Namorados, superado apenas por dezembro/natal e a Liquida Salvador, realizado após o Carnaval).
Com esta experiência negativa, a expectativa do dirigente é que se possa encontrar alternativas que não prejudiquem o comércio durante a realização dos jogos de 2014 e que vão acontecer durante um mês (de 12 de junho a 13 de julho), sendo que Salvador vai sediar seis dos confrontos. Algumas das sugestões que serão levadas pelos empresários é a adoção do ponto facultativo durante os jogos em substituição ao feriado, que, segundo Tawil, onera e muito o lojista. “Cada funcionário que trabalha durante o feriado tem um custo adicional de 100 reais por dia. Além disso, temos que dar outro dia de folga. A ideia é fechar o mínimo possível”, diz. Para tentar recuperar parte dos prejuízos, o comércio de Salvador decidiu participar pela primeira vez do Liquida Bahia, também conhecida como Liquidação de Inverno, que acontece de 5 a 15 de julho em 100 municípios baianos, num total de 12 mil pontos de venda. Promovido pela FCDL, o evento pretende movimentar R$ 500 milhões, volume 30% superior a 2012.
materia do Gente & Mercado
Nenhum comentário:
Postar um comentário