Mais um
drama para nós As conquistas espanholas na América do Sul trouxeram varíola e
sarampo, epidemias que dizimaram povos do novo mundo. Mas outro patógeno chegou
com os colonizadores, uma bactéria chamada Helicobacter pylori, e novas
pesquisas podem explicar por que causaram estragos nos estômagos de alguns
povos nas Américas, relata uma matéria da revista Science desta semana. Mais da metade de todos
os seres humanos carregam H. pylori, e o micróbio parece proteger contra a asma
na infância e câncer de esôfago. No entanto, causa úlceras de estômago e é
responsável por 80% a 90% de todos os cancros do estômago, tornando-a a segunda
principal causa mundial de mortalidade por câncer, depois do tabaco. Nem todo
mundo que abriga o micróbio desenvolve o câncer de estômago, no entanto, em
certas partes da África, por exemplo, esses tipos de câncer, são raros, apesar
de muitas pessoas abrigarem o H. pylori. Os Microbiologistas chamam isso de
"o enigma Africano.” Então, por que o H. pylori é tão difícil de ser
encontrado? Um grupo liderado por pesquisadores da Universidade de Vanderbilt,
em Nashville tem explorado essa questão na Colômbia. A equipe já havia
encontrado que as taxas de câncer de estômago em Túquerres, uma cidade de montanha nos Andes, eram cerca de
150/100, 000, comparado com 6/100, 000 em Tumaco, uma cidade costeira.
A matéria relata que no novo estudo, a equipe realizou análises
genéticas com 121 pessoas de cada cidade que tinham procurado atendimento
médico para dor de estômago. O trabalho confirmou que o DNA das pessoas
costeiras era em grande parte de origem Africana, o grupo de montanha, por
outro lado, foram em média dois terços Ameríndios e uma terceira Europeia, com
pequenos vestígios de DNA Africano. Os pesquisadores também examinaram o DNA
dos espécimes H. pylori coletados dos 242 indivíduos. A bactéria, que colonizou
os seres humanos há mais de 60.000 anos, evoluiupara
cepas distintas que refletem sua história, como se viessem da Europa ou da
África. Ambos os grupos costeiros e montanhosos foram colonizados com cepas do
H. pylori que tiveram segmentos de DNA de origem tanto Africano como Europeu.
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