foto de A TARDE...
O cineasta norte-americano Spike Lee está impressionado porque os negros
na Bahia nem chegam a cargos políticos de destaque na Bahia? Prefeito,
governador, senador, nada disto. O pior
é que nem mesmo nas secretarias de governo os negros tem vez. E o que é pior,
no carnaval os negros servem apenas para
desfilar nas madrugadas com seus blocos Afros e as musicas que chamam atenção
dos turistas. O dinheiro, a fama, vão para os artistas brancos. O interesse de
Spike está no vereador Sílvio Humberto (PSB), fundador do Instituto Steve Biko
e um dos poucos representantes do movimento negro na Câmara Municipal de
Salvador. Sílvio é logo surpreendido já na primeira pergunta: por que
Salvador, cidade de população predominantemente negra, nunca teve um prefeito,
governador ou senadores negros? "Ele
achou absurdo o fato da diversidade racial do Brasil não se refletir também nas
estruturas de poder. Isso mostra um racismo estrutural na sociedade
brasileira", contou o vereador Sílvio Humberto, que cumpre o primeiro
mandato na Câmara.
Captando imagens e entrevistas para o
documentário Go, Brazil, Go, Spike Lee veio à Bahia para discutir a questão
racial. O filme, que tem previsão de entrar no próximo ano, no festival de
Cannes, na França, tem como foco central o atual cenário de avanços do país e
protagonismo brasileiro no panorama internacional. Mas também pretende mergulhar a fundo nas
contradições de um país que tem como principal marca a diversidade de raças. Desde a sexta-feira, 8, em Salvador, o cineasta já
entrevistou e vai entrevistar artistas como Margareth Menezes, Carlinhos Brown
e Ivete Sangalo, o presidente do Olodum, João Jorge, o governador Jaques Wagner
e o prefeito ACM Neto (DEM), que conversou ontem com o cineasta por cerca de 40
minutos. Na conversa com o prefeito, mais discussão sobre a questão racial na
capital baiana.
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