Acusado de matar o pai e a madrasta a
tiros no dia 28 de março de 2004, Gil Rugai foi condenado na tarde desta
sexta-feira, 22, pelo crime de duplo homicídio por motivo torpe. A decisão foi
proferida pelo juiz às 16h30 no Fórum da Barra Funda, na zona oeste da cidade,
depois de cinco dias de julgamento. Dos sete jurados, 4 condenaram Gil Rugai e
1 o absolveu. Quando
foi alcançada a maioria, o promotor deixou o tribunal chorando: "vencemos
em tudo". Entenda o caso. Em sua denúncia, o Ministério Público de São
Paulo afirma que o estudante de Teologia que sonhava em ser padre matou o casal
por dinheiro. Os assassinatos
aconteceram na mansão onde as vítimas viviam, em Perdizes, na zona oeste da
cidade. Luiz Carlos Rugai, então com 40 anos,foi atingido por quatro tiros e
Alessandra de Fátima Troitino, então com 33 anos, por cinco. A acusação sustentou durante o julgamento que
o motivo do crime foi a descoberta, por Luiz Carlos, de um desfalque de R$ 150
mil na produtora de vídeo da família, a Referência. Gil seria o responsável e,
com medo da represália, teria premeditado o duplo homicídio.
Nesta sexta-feira, 22, o promotor do
caso, Rogério Leão Zagallo, traçou em suas explanação final um perfil de Gil
Rugai, considerando-o "hora psicopata, hora tranquilo". Apresentou
depoimentos de pessoas que afirmam ter visto com ele uma arma, reafirmou a
existência de um desfalque cometido por ele na produtora da família e disse que
o roubo teria sido descoberto pelo pai de Gil e pela madrasta. Apontou ainda para a "coincidência",
nas suas palavras, da arma do crime ter sido encontrada no prédio onde Gil
mantinha escritório, nos Jardins.Em tom enérgico, Zagallo tentou desmontar o
álibi apresentado por Gil, de que estava no Shopping Frei Caneca, na região
central da cidade,quando o crime ocorreu. Para
Zagallo, outra característica do processo é determinante para concluir a culpa
do réu: em nove anos, as investigações não chegaram a nenhum outro suspeito. A
defesa, por sua vez, tentou, em seus 90 minutos de explanação, desconstruir a
imagem de "mostro" que, segundo os advogados, foi atribuída ao réu em
todo o processo. Ao se referir ao cliente, usaram termos como
"padreco", "moleque", "esquisito" e
"estranho". Os defensores
afirmaram que Gil é apenas um menino que perdeu o pai e a madrasta.
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