O professor de
artes e artista plástico Claudinei Monteiro, 27 anos - resgatado de uma
fenda de 300 metros no Peru no último sábado -, disse que a teimosia
quase custou a sua vida na última semana. Ele desapareceu na
quinta-feira, quando fazia uma trilha com dois amigos no Parque Nacional
de Huascarán, localizado a 400 quilômetros ao norte de Lima, e caiu em
uma fenda da montanha de Churup, ficando incomunicável durante dois
dias. Enquanto aguarda para retornar a São Paulo nessa semana,
ele falou com exclusividade ao Terra de uma lan house em Lima, por meio
do Facebook, e disse que voltará para casa de ônibus, pelo Acre, pois
não tem condições de pagar o bilhete aéreo. Sem telefone e com
dificuldades para conversar com a família, ele deve chegar a Guarulhos
em quatro dias. "Fui ver as belas lagunas desse parque e, mais acima, havia geleiras.
Sou teimoso e subi onde possivelmente as pessoas não vão. Quando era
hora de voltar, já havia escurecido. Liguei minha lanterna e fui
caminhando em um trecho ruim, de mato, pedra e descida. Avistei uma luz
ao longe e fui em direção a ela, mas havia um buraco por onde corria
água. Quando coloquei os pés, não imaginava a profundidade. Caí
escorregando e ralando os braços. Perdi uma lente do óculos e fiquei por
lá", contou Monteiro. Ele disse que não perdeu a confiança em
nenhum momento e que pensava o tempo todo na namorada, enquanto esperava
por alguma comunicação: "O maior medo foi na queda, pois não sabia onde
estava e nem quando ia acabar. Pedi ajuda a Deus para me livrar daquilo
e só pensava na minha namorada, que está no Brasil. (...) Estava
confiante, porque a estrada que eu avistava era um pouco movimentada. Eu
acenava, gritava, pedia socorro, parecia até que algumas pessoas
paravam."
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