As salas de aula brasileiras são mais indisciplinadas do que a média de outros países avaliados em um estudo do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, na sigla em inglês).
Ontem no Bairro da Fazenda Grande em Salvador, um professor se descontrolou e bateu num alune de 14 anos. Os dois prestaram queixa na delegacia. Segundo o professor, a sala é totalmente indiciplinada, o que não justifica a agressão imbecil do professor. O estudo, feito com dados de 2009 pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aponta que, no Brasil, 67% dos alunos entrevistados disseram que seus professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar um longo período até que a classe se acalme para dar prosseguimento à aula. Entre os 66 países participantes da pesquisa, em média 72% dos alunos dizem que os professores "nunca ou quase nunca" têm de esperar que a classe se discipline. Os países asiáticos são os mais bem colocados no estudo: no Japão, no Cazaquistão, em Xangai (China) e em Hong Kong, entre 93% e 89% dos alunos disseram que as classes costumam ser disciplinadas. Finlândia, Grécia e Argentina são os países onde, segundo percepção dos alunos, os professores têm de esperar com mais freqüência para que os alunos se acalmem. O resultado de tudo isto, segundo o estudo, a bagunça em sala de aula tem efeito direto sobre o rendimento. No caso do Brasil, porém, a pesquisa mostra que os estudantes contam menos com seus professores do que há dez anos. "Relações positivas entre alunos e professores não são limitadas a que os professores escutem (seus pupilos). Na Alemanha, por exemplo, a proporção de estudantes que relatou que os professores lhe dariam ajuda extra caso necessário cresceu de 59% em 2000 a 71% em 2009", afirma o relatório.
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