O
cientista e pesquisador do laboratório de computação social da HP, Bernardo
Huberman, acredita que a privacidade na internet como é conhecida hoje em dia
está prestes a chegar ao fim. Para ele, em um futuro não muito distante,
revelar um segredo em redes sociais somente acontecerá sob o pagamento em
dinheiro. "Os usuários devem ser pagos para participar do
Facebook e do Twitter, por exemplo", constatou em entrevista para o Terra.A
afirmação não é fruto do acaso. Huberman lidera uma pesquisa no centro da HP na
qual identifica e estabelece a importância do usuário na construção e na
consolidação de uma rede social. "Atualmente, uma empresa é
capaz de conhecer os hábitos até mesmo quando as pessoas não estão conectadas a
partir de um dispositivo", exemplificou. "As companhias vendem os dados dos usuários para empresas de marketing, que lucram
toneladas de dinheiro em cima disso", afirmou. Nada mais
justo, portanto, de acordo com o cientista, que os usuários participem dos
lucros das companhias - que se baseiam primordialmente nas pessoas, e não na
tecnologia, para se tornar um sucesso digital. Esse é o caso, aliás, do próprio Facebook, que, com quase 900 milhões e
usuários em todo o planeta, deve entrar na bolsa de valores em maio deste ano
com um valor estimado de US$ 5 bilhões, sem nenhum centavo compartilhado com os
usuários, às exceção do que responde pelo nome de Mark Zuckerberg."Quando há
dinheiro envolvido, você consegue um nível de seriedade que não existe se não
há pagamento", afirma. O YouTube já
aposta na mesma premissa, e paga aos usuários por conteúdos muito populares, na
expectativa de que a qualidade dos vídeos seja o destaque. A prática também
já foi testada pelo Blogger, do Google.Um outro exemplo é a rede social
espanhola TuyYou, que pretende oferecer uma comissão pelas compras realizadas
pelos usuários recomendados. Além de uma plataforma de comércio eletrônico, o
TuyYou permite compartilhar conteúdo e realizar contatos profissionais.
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