Bogotá - O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) decidiu na noite dessa quinta-feira (18) auditar 46% das urnas usadas nas eleições presidenciais de domingo (14) na Venezuela, que deram a vitória ao candidato Nicolás Maduro. Os 54% restantes já haviam sido verificados, de acordo com o CNE. O governador do estado de Miranda e candidato oposicionista, Henrique Capriles, que liderou protestos no país pela recontagem manual dos votos, aceitou a decisão do CNE. Os votos digitados nas urnas eletrônicas foram impressos e guardados em caixas para auditoria posterior.“Aceitamos o que foi decidido pelo conselho sobre recontar os votos. O que estávamos pedindo está aqui na nossa Constituição e fortalece nossa democracia”, destacou, poucos minutos depois do anúncio da decisão do CNE, por volta das 23h no horário de Caracas. "Vamos fazer isso para frear os violentos que buscavam acabar com a democracia", destacou a presidenta do CNE, Tibisay Lucena. Ela explicou como será feita a auditoria. “Selecionaremos uma amostra que será auditada inicialmente por dez dias. O processo se completará por ciclos de dez em dez dias até completar 30 dias e no final o resultado será entregue em um informe ao país.” Segundo a presidenta, o procedimento será feito na presença de técnicos dos dois comandos de campanha. A data do início do processo será informada na semana que vem. Depois da vitória de Nicolás Maduro, com margem pequena de cerca de 300 mil votos (1,8%) sobre Henrique Capriles, o oposicionista pediu a verificação manual, alegando ter havido irregularidades. Logo depois do resultado divulgado na noite de domingo, Maduro havia dito que aceitava a recontagem. Mas, no dia seguinte, o CNE informou que não seria possível fazer a verificação completa. Vários protestos ocorreram no país, com panelaços em diversas cidades na noite de segunda-feira (16) e enfrentamentos violentos entre manifestantes e policiais. O governo do país contabiliza oito mortes e 80 feridos.
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