Bem as eleições não estão tão próximas assim. Mas já começam os acordos e as negociações entre políticos visando às eleições de 2012, ainda no mês de outubro. A primeira coisa que os políticos aqui no estado da Bahia fazem, não é fechar com partidos aliados e suas respectivas alianças. Não. Nada disto, é fechar como as emissoras de Rádio e TV, apoio para promover, fortalecer seus pré candidatos. Eu já trabalho no Radio e jornalismo Baiano, há mais de 30 anos, me sinto às vezes enojado do tipo de comunicação que é feito por aqui. Penso que ate eu mesmo, que critico este sistema de comunicação em nosso estado, preciso rever meus conceitos. É muito difícil para um radialista, um jornalista que queira apenas fazer o seu trabalho de forma ética, sobreviver ao novo estilo de comunicação implantado aqui na Bahia. As emissoras em grande maioria pertencem aos políticos ou a grupos ligados diretamente a estes. Ou então, aos grupos religiosos, que por sua vez, também tem as emissoras com um único propósito, fazer políticos e é obvio eleger os seus políticos/irmãos. Complicado se situar num meio assim. Hoje é normal ouvirmos e assistimos parlamentares fazendo programas em emissoras de Radio e TV, e praticando aquilo que eles mais gostam, o assistencialismo. Sorteando cestas básicas e salário mínimo etc. É obvio que toda regra tem exceção! Muitos radialistas defendem abertamente prefeitos, parlamentares e atacam os inimigos políticos dos seus “políticos preferidos”. Lógico que a qualidade destes programas é muito ruim. O talento não existe, a responsabilidade naquilo que falam muito menos. Palavrões, ameaças, trocas de farpas, são amiúde, o conteúdo principal destes comunicadores e seus programas. Fiscalização? Sem comentários. Eles estão cada vez, mais ricos, a comunicação cada vez, mais pobre.Dados apurados recentemente pelo Instituto de Estudos e Pesquisas em Comunicação (Epcom) revelam que 271 políticos brasileiros – contrariando o texto constitucional (artigo nº 54, capítulo I) – são sócios ou diretores de 348 emissoras de radiodifusão (rádio e TV). Desses, 147 são prefeitos (54,24%), 48 (17,71%) são deputados federais; 20 (7,38%) são senadores; 55 (20,3%) são deputados estaduais e um é governador. Esses números, porém, correspondem apenas aos políticos que possuem vínculo direto e oficial com os meios – não estão contabilizadas as relações informais e indiretas (por meio de parentes e laranjas), que caracterizam boa parte das ligações entre os políticos e os meios de comunicação no País.Dizer o que?
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