Lembro-me com
saudades dos os mascarados, todos criativos com suas caretas “tenebrosas”, que
nos assustavam, pois invadiam nossas casas fazendo as tais caretas. E show do trio na Praça? Armadinho era menino
e mesmo assim, dava show em cima do trio, não sabíamos se era pra balançar ou assistir
aquele concerto de guitarra baiana. E os blocos Afros e Escolas de Samba
organizadas pela comunidade sem contravenção pelo meio? Era tão tranquilo, que
minha mãe e meu pai, iam comigo e meus três irmãos para a praça curtir o tal do
Carnaval, mas que para nós chamava-se Micareta. Nas barracas com musica,
comida, bebida e muita alegria eu ficava a olhar a alegria natural do prefeito
da cidade, na época o saudoso Murilo Cavalcanti, que dançava e pulava como um
cidadão comum, afinal era Micareta. Como mudaram o Carnaval. Tornou-se isto, uma
maquina de ganhar dinheiro, para uns poucos, cartas marcadas. Acho que hoje é
complicado ter trios sem cordas com o evento sendo realizado como é hoje, nas
ruas da cidade. Deveria sim, ter como tem no Rio e São Paulo, passarelas
enormes para o povo se divertir, mas monitorado com câmaras e policias. Que saudades!
Não tinha bajulação para imprensa e políticos, os artistas agradavam apenas o
publico. No inicio dos anos 80 o Carnaval começou a ter o atual formato. Os trios elétricos passaram a ter grandes esquemas de engenharia de som para projetar com mais profissionalismo o som dos famosos “palcos ambulantes”. Hoje é isto ai, muita violência, musicas que incentivam as brigas entre gangues, artistas que só pensam em alto se promover, porque os governantes não tem competência nenhuma para organizar o Carnaval. Todo ano, discute novas formulas mas terminam por fazer tudo aquilo que os "manda Chuvas" do Carnaval querem...
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