O Carnaval da Bahia
já foi muito bom, no tempo que era tipo Cinema Mudo. Só as guitarras “cantavam
e falavam nos Trios”. Não tinha as tais celebridades, explorando e exaurido o
Carnaval e os foliões como assim fizeram os
nossos colonizadores quando aqui chegaram e levaram o nosso pau Brasil. Era o som do Trio e nada mais. Lembro-me
que minha primeira experiência eu tinha
apenas uns 10 anos e quando o trio passou na minha vida, eu estava em
Alagoinhas na rua 15 de novembro, e ouvir "as guitarras falarem", sim porque
parecia que falavam, era o trio, os Tapajós, e as musica que tocam eram; "Adeus Ingrata, e depois atrás do Trio Elétrico
só não vai quem já morreu" Não resistir e sair atrás do Trio, eu e meu pai,
cada pro seu lado. Sim creio que
empolgado por aquela energia, e por aquele som novo e contagiante, eu e uma
multidão, percorremos mais de 20 quilômetros atrás do trio. Foi demais! Ali também comecei
a conhecer que o Carnaval era legal, mais a energia era demais e nos tornávamos
um pouco tribais, era inicio dos anos 70
, e já se ensaiava as primeiras
porradas, chutes e provocações. Não era ainda, como é hoje, mas era sim
violento. Mas era gostoso viajar ao som de musicas famosas da época, ao som
daquele trio estridente. Orlando Gomes tinha acabado de criar a Caetanave, o primeiro trio elétrico com alto falantes em todos lados e que continha temas alegóricos para ornamentar o veículo que tinha formas de um foguete e lá estava eu experimentando aquela modernidade. Na verdade o Caetano Veloso havia acabado de chegar do exílio e em 1972 arrastou uma multidão atrás do trio elétrico até a praça Castro Alves ao lado de Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Dodô e Osmar.
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