Não
tem conversa, tem policia, tem repressão, é assim que os governos em nosso
país, resolvem seus imbróglios com a sociedade organizada. Policiais
do Batalhão de Choque cercam desde a madrugada o prédio do antigo Museu do
Índio, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã. O imóvel deverá
ser desocupado ainda hoje (22), por ordem da Justiça Federal, a pedido do
governo do estado do Rio de Janeiro, que deseja reformar o local para receber o
Museu Olímpico. Cerca de 50 policiais chegaram por volta das 3h e isolaram o
prédio, impedindo a entrada de manifestantes e de jornalistas. Os policiais
militares usaram bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar as
pessoas que estão do lado de fora. Um grupo de manifestantes sentou-se no
meio da Avenida Radial Oeste, uma das principais da cidade, que liga a zona
norte ao centro. O clima é tenso no
local, à espera do oficial de Justiça que deverá trazer a ordem de imissão de
posse. Do lado de dentro do museu, índios que ocupam o prédio desde 2006
seguram arcos e flechas e prometem resistir e permanecer no local. Entre os
indígenas, há mulheres, idosos e crianças.
ENTENDA MAIS O CASO....
Construído
no século 19, o prédio abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo
marechal Candido Rondon, e depois foi transformado em Museu do Índio, tendo
entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro. Os indígenas desejam que
o local abrigue um centro cultural. O governo do Rio se comprometeu a construir, até o final de 2014, um centro
de referência indígena no terreno onde atualmente está a estrutura desativada
do Presídio Evaristo de Moraes, conhecido como Galpão da Quinta, no parque da
Quinta da Boa Vista. Outra alternativa
seria construir o centro em Jacarepaguá, na zona oeste, em uma área verde onde
funcionou a colônia de hansenianos de Curupaiti. As duas possibilidades foram
apresentadas ontem (21) a representantes dos índios que ocupam o prédio do
antigo museu. Os líderes indígenas rejeitaram a
proposta de
construir o centro cultural em outro local. E tudo porque estas propostas só
chegam, depois que o dialogo esta de fato desgastado. Se houvesse antes uma
negociação, uma conversa aberta, e colocando as opções com segurança, a está
comunidade, com certeza não chegaríamos a está situação vergonhosa....
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