Esta deu no Observatório da Imprensa. A compra de 33% da Rede Bahia, afiliada
Rede Globo, pela EPTV, que será anunciada oficialmente nesta terça-feira
(19/6), nos faz refletir o quanto a comunicação brasileira está concentrada nas
mãos de poucos grupos empresariais, que dão as cartas e ditam as regras no
mercado de mídia no país. Prova disso é que a EPTV se junta à família
Magalhães, um dos grupos que dominam politicamente a Bahia, a exemplo do que
ocorre no Maranhão, com a família Sarney.
Com a compra de um terço da Rede Bahia, o controle da emissora nordestina passa
a ser dividido com o grupo de Antonio Carlos Magalhães Júnior e Luís Eduardo
Magalhães Filho, respectivamente filho e neto de ACM, que governou a Bahia com
mãos de ferro por três vezes, tendo sido em duas das oportunidades nomeado pelo
regime militar brasileiro.O controle da comunicação no país é diretamente
proporcional ao poder exercido tanto no âmbito político como empresarial. E esses interesses fazem das emissoras e
dos grandes jornais muito mais um negócio do que uma instituição jornalística.
Quem dera esses investimentos da EPTV pudessem ser feitos em seus recursos
humanos, para que seus jornalistas se sentissem estimulados a produzir notícias
com mais qualidade. A atuação tímida da afiliada Globo no interior paulista
diante de assuntos políticos, por exemplo, ajuda a explicar a compra de uma
emissora num estado com forte influência do clã dos Magalhães.O valor da
negociação não foi divulgado. Hoje, a Rede Bahia possui seis emissoras de TV e
cobre 417 municípios. Tem ainda, segundo notícia divulgada no próprio site da
EPTV, quatro emissoras de rádio, jornal impresso e portais da internet. Isso se
soma às quatro emissoras da EPTV (Campinas, São Carlos, Ribeirão Preto e
Varginha, no Sul de Minas), que detém, ainda, duas emissoras de rádio, dois
jornais (A Cidade,
em Ribeirão Preto, e Tribuna Impressa, em Araraquara) e portais na
internet, cobrindo um total de 300 municípios. E aquela historia, família unida, nunca será vencida...
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