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Polícia Federal prendeu em São Paulo um padre irlandês de 72 anos
acusado perante a Justiça de Dublin em 55 processos penais por
supostos abusos sexuais contra menores. Ele foi deportado
sumariamente para a Irlanda na noite de segunda-feira, 26. P. J.
Kennedy foi localizado na manhã de segunda por agentes da PF que
atuam no escritório da Interpol em São Paulo -
a Interpol é a Polícia Internacional que reúne corporações de
190 países.A ação foi discreta. Os policiais abordaram o acusado,
que confirmou sua identidade e ouviu os motivos de sua detenção,
expostos em mandado de prisão expedido pela Justiça
irlandesa.Kennedy, nascido em 2 de março de 1939, foi imediatamente
conduzido ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica.
Às 23h30 de segunda, sob escolta, ele partiu para Londres, onde
autoridades irlandesas o aguardavam no aeroporto. A Interpol informou
que desde 2003 o alvo estava no Brasil. Ele fixou residência em
Osasco, na Grande São Paulo, e depois mudou-se para a capital. Para
se manter, dava aulas de inglês.No início de 2004, a Interpol
solicitou formalmente a localização do religioso ao lançar seu
nome na difusão azul - lista de cidadãos contra os quais não há
mandados de prisão nos países onde eles se ocultam. Em
janeiro de 2004, Kennedy foi citado em dossiê da Procuradoria de
Dublin.O plano era embarcar Kennedy às 18h46 de segunda-feira em voo
da British Airways. A operação foi adiada e o embarque ocorreu por
outra companhia aérea. Deportação
sumária.
O Brasil e a Irlanda não mantêm tratado de extradição. A Polícia
Federal agiu com cautela e sigilo para evitar eventual recurso
judicial de Kennedy que impedisse ou retardasse sua deportação. Ela
pode ter amparo em casos de uso de documento falso, como visto de
entrada, ou no exercício de atividade profissional não autorizada.
Quando
pleiteou a transformação de provisório em definitivo do protocolo
de permanência no Brasil, Kennedy assinou uma declaração alegando
que não respondia a nenhuma acusação judicial em seu país.
A PF cancelou a emissão do documento. A falsa declaração do padre
abriu caminho para a deportação sumária.
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