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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

ACUSADO DE ABUSO CONTRA MENORES, PADRE IRLANDÊS DE 72 ANOS É DEPORTADO DO BRASIL


O PAPA VEM CONVIVENDO COM CONSTANTES DENUNCIAS DE PEDOFILIA NA IGREJA CATOLICA


A Polícia Federal prendeu em São Paulo um padre irlandês de 72 anos acusado perante a Justiça de Dublin em 55 processos penais por supostos abusos sexuais contra menores. Ele foi deportado sumariamente para a Irlanda na noite de segunda-feira, 26. P. J. Kennedy foi localizado na manhã de segunda por agentes da PF que atuam no escritório da Interpol em São Paulo - a Interpol é a Polícia Internacional que reúne corporações de 190 países.A ação foi discreta. Os policiais abordaram o acusado, que confirmou sua identidade e ouviu os motivos de sua detenção, expostos em mandado de prisão expedido pela Justiça irlandesa.Kennedy, nascido em 2 de março de 1939, foi imediatamente conduzido ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica. Às 23h30 de segunda, sob escolta, ele partiu para Londres, onde autoridades irlandesas o aguardavam no aeroporto. A Interpol informou que desde 2003 o alvo estava no Brasil. Ele fixou residência em Osasco, na Grande São Paulo, e depois mudou-se para a capital. Para se manter, dava aulas de inglês.No início de 2004, a Interpol solicitou formalmente a localização do religioso ao lançar seu nome na difusão azul - lista de cidadãos contra os quais não há mandados de prisão nos países onde eles se ocultam. Em janeiro de 2004, Kennedy foi citado em dossiê da Procuradoria de Dublin.O plano era embarcar Kennedy às 18h46 de segunda-feira em voo da British Airways. A operação foi adiada e o embarque ocorreu por outra companhia aérea. Deportação sumária. O Brasil e a Irlanda não mantêm tratado de extradição. A Polícia Federal agiu com cautela e sigilo para evitar eventual recurso judicial de Kennedy que impedisse ou retardasse sua deportação. Ela pode ter amparo em casos de uso de documento falso, como visto de entrada, ou no exercício de atividade profissional não autorizada. Quando pleiteou a transformação de provisório em definitivo do protocolo de permanência no Brasil, Kennedy assinou uma declaração alegando que não respondia a nenhuma acusação judicial em seu país. A PF cancelou a emissão do documento. A falsa declaração do padre abriu caminho para a deportação sumária.




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