As baianas de acarajé que participaram do 
curso de empreendedorismo na Secretaria de Promoção da Igualdade Racial 
(Sepromi), em Salvador, entre outubro e novembro do ano passado, 
receberam os certificados nesta quarta-feira (24). A iniciativa resultou
 de parceria do Governo do Estado com o Serviço Nacional de Aprendizagem
 Comercial (Senac), em atendimento à solicitação da Associação das 
Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivos e Similares (Abam). Foram contempladas 60 profissionais da área, entre elas Célia Maria
 Nascimento, que começou a trabalhar no ofício com 17 anos de idade. 
Hoje ela tem 67 e sustenta a família – quatro filhos e dois netos – com a
 atividade em Itapuã. “Eu lavava roupa de ganho, mas depois pedi ajuda 
para ter meu tabuleiro, vender acarajé e dar comida aos meus”, contou. O
 que mais chamou a sua atenção no curso foi o módulo de qualidade no 
atendimento. “Foi uma experiência única, que vai melhorar o nosso 
trabalho”, concluiu. Na ocasião, foi apresentada a Lei 13.208/2014, que instituiu a 
Política Estadual de Fomento ao Empreendedorismo de Negros e Mulheres e 
prevê ações, inicialmente, em Salvador e Recôncavo. Já existe uma 
comissão composta por diversas secretarias para desenvolver iniciativas 
voltadas aos segmentos.O coordenador de Promoção da Igualdade Racial da Sepromi, Sérgio 
São Bernardo, disse que a experiência das baianas de acarajé serve de 
modelo para outras áreas por “conseguir avançar e consolidar o negócio 
sem perder a identidade cultural e religiosa”. Ele também apontou a 
necessidade de se pensar estratégias em conjunto para desenvolver outras
 iniciativas, como fontes de financiamento. As baianas de acarajé, que começaram a mercar no período da 
escravidão, são Patrimônio Imaterial da Bahia. O ofício também consta no
 livro de Registro Especial dos Saberes e Modos de Fazer, consolidando 
uma tradição no estado, além de ser Patrimônio Imaterial Brasileiro.

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