Professores
brasileiros em escolas de ensino fundamental têm um dos piores salários de sua
categoria em todo o mundo e recebem uma renda abaixo do Produto Interno Bruto
(PIB) per capita nacional. É o que mostram levantamentos realizados por
economistas, por agências da ONU, Banco Mundial e Organização para a Cooperação
e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).Prestes a comemorar o Dia Internacional do
Professor, amanhã, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) lançou um
alerta, apontando que a profissão em vários países emergentes está sob
"forte ameaça" diante dos salários baixos. Num
estudo realizado pelo banco UBS em 2011, economistas constataram que um
professor do ensino fundamental em São Paulo ganha, em média, US$ 10,6 mil por
ano. O valor é apenas 10% do que ganha
um professor nesta mesma fase na Suíça, onde o salário médio dessa categoria em
Zurique seria de US$ 104,6 mil por ano (mais informações nesta página).
Guy Ryder, o novo diretor-geral da OIT, emitiu um comunicado
ontem no qual apela para que governos adotem estratégias para motivar pessoas a
se tornarem professores. Sua avaliação é de que, com salários baixos, a
profissão não atrai gente qualificada. O resultado é a manutenção de sistemas
de educação de baixo nível. "Muitos não consideram dar aulas como uma
profissão com atrativos", disse. Para Ryder, a educação deve ser vista por
governos como "um dos pilares do crescimento econômico". Outro estudo - liderado pela própria OIT e
pela Unesco (órgão da ONU para educação, ciência e cultura) e realizado com
base em dados do final da década passada - revelou que professores que começam
a carreira no Brasil têm salários bem abaixo de uma lista de 38 países, da qual
apenas Peru e Indonésia pagam menos. O salário anual médio de um
professor em início de carreira no País chegava a apenas US$ 4,8 mil. Na
Alemanha, esse valor era de US$ 30 mil por ano. Em um terceiro levantamento, a
OCDE apontou que salários de 2009 no grupo de países ricos tinham uma média de
US$ 39 mil por ano no caso de professores do ensino fundamental com 15 anos de
experiência. O Brasil foi um dos poucos
a não fornecer os dados para o estudo da OCDE.
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